14 boas práticas para CFOs em 2024

1. Avalie a saúde financeira da empresa

O CFO deve assumir a liderança para garantir que as equipes de finanças e contabilidade regularmente compilem avaliações precisas e atualizadas da saúde financeira de sua empresa e a monitorem continuamente, mesmo que os principais relatórios sejam elaborados uma vez ao mês ou a cada três meses. Esses esforços começam com a análise dos números, incluindo fluxo de caixa, crescimento da receita, níveis de endividamento e margens de lucro.

Os CFOs também precisam garantir a conformidade com as normas financeiras, supervisionar auditorias, projetar fluxos de receita e passivos futuros e até mesmo identificar tendências do setor. Todas essas avaliações devem ir além dos números e mostrar uma imagem clara da situação atual das finanças da empresa e da direção que ela está tomando. O CFO deve apresentar essas informações de forma clara às partes interessadas fora da organização financeira, destacando oportunidades e preocupações.

2. Traga uma perspectiva financeira para as discussões de estratégia de negócios

Os CFOs devem ser parte integrante das discussões sobre estratégia de negócios. Sua perspectiva sobre as capacidades financeiras e as restrições orçamentárias da empresa é fundamental para o planejamento e a implementação de praticamente todas as iniciativas comerciais importantes, seja uma aquisição, um investimento de capital, o desenvolvimento de uma nova linha de produtos ou uma grande campanha de marketing. Às vezes, eles precisam rejeitar planos irrealistas e, outras vezes, aprovar programas ambiciosos. O CFO também pode desempenhar um papel fundamental na vinculação entre as diversas unidades de negócios que formulam a estratégia, como desenvolvimento de produtos e marketing, compartilhando (ou exigindo) dados sobre as implicações de várias abordagens em toda a empresa.

3. Crie uma visão financeira

Todos os CFOs estão imersos nas finanças cotidianas de suas empresas, mas os verdadeiros visionários estão sempre olhando para o futuro. Eles ajudam a definir os objetivos financeiros em longo prazo da empresa e as métricas usadas para medir suas conquistas. Trabalhando com o CEO e outros executivos, o CFO deve traçar um panorama de como eles gostariam que o desempenho e a estrutura financeira da empresa se apresentassem nos próximos meses e anos, com base nas tendências atuais e na evolução desejada dos negócios. Essa visão financeira deve ser baseada em números concretos e em desafios e riscos reais, além de ser ambiciosa.

4. Participe da contratação e da integração

Como todos os executivos da empresa, os CFOs são responsáveis por construir equipes fortes. Eles consistem não apenas por especialistas financeiros que se complementam e se adaptam bem à cultura da empresa, mas também cada vez mais por funcionários que trazem habilidades de IA e ciência de dados para a organização financeira. Os CFOs podem exercer melhor influência no desenvolvimento da equipe, envolvendo-se diretamente na aquisição e retenção de talentos, incluindo recrutamento, integração, treinamento e desenvolvimento de carreira. Aqueles que priorizam a identificação de talentos geralmente participam de grupos e funções de networking, onde podem estabelecer relacionamentos com profissionais financeiros qualificados e promover vagas em aberto em sua organização. Alguns CFOs também trabalham em estreita colaboração com o RH para definir as habilidades e os parâmetros de trabalho para os candidatos em potencial, além de participarem de entrevistas e da verificação de candidatos a cargos de alto nível.

5. Adote novas estratégias e sistemas financeiros

Até certo ponto, o setor financeiro sempre será uma função conservadora, que deve aderir rigorosamente às práticas padrão de contabilidade e relatórios, às abordagens de financiamento testadas pelo tempo e aos métodos convencionais de gerenciamento do orçamento. Para as empresas de capital aberto, os investidores e os órgãos reguladores do governo definem muitas das expectativas e a maioria das regras. Porém, esses parâmetros não devem impedir que o CFO adote novas abordagens, tanto em relação à equipe financeira quanto ao apoio a outras divisões da empresa.

Nesse contexto, os CFOs devem estar abertos a métodos inovadores para estruturar as finanças de suas empresas, atribuir tarefas a seus funcionários, obter informações de fornecedores, medir o desempenho financeiro, faturar clientes e coordenar com auditores e contadores externos. Eles também devem aproveitar os mais recentes sistemas financeiros para automatizar fluxos de trabalho de rotina, aplicar IA para analisar dados, compartilhar e integrar informações financeiras em toda a empresa, gerenciar riscos e, por fim, melhorar a eficiência e a precisão.

6. Foque em decisões baseadas em dados

A organização financeira está repleta de dados sobre receitas e custos, títulos negociáveis e outros ativos, obrigações de dívida, fluxos de caixa, cálculos de estoque, tendências de mercado e muito mais. Esses dados são essenciais, não apenas para avaliar a saúde atual da empresa, mas também para tomar decisões informadas que afetarão seu futuro. A análise cuidadosa dos dados pode gerar percepções sobre como investir melhor o dinheiro da empresa, ajustar sua estrutura de capital, quando assumir dívidas ou recomprar ações e quando financiar projetos internamente ou buscar novo capital. Os CFOs ainda confiam na experiência e na intuição, mas os melhores aproveitam as ferramentas de análise avançada, algumas com tecnologia de IA, ao tomar as decisões mais importantes, sejam elas relacionadas ao crescimento dos negócios ou à redução de riscos.

7. Comunique-se abertamente e com sabedoria

Os CFOs geralmente são cautelosos em suas comunicações com as partes interessadas. A transparência é fundamental ao compartilhar dados financeiros com executivos, conselhos, investidores e órgãos reguladores. Ao mesmo tempo, o ambiente competitivo e regulatório cria situações em que a discrição é sábia ou obrigatória por lei, especialmente quando se trata de informações proprietárias. Especialmente nos arquivos 10-K, os CFOs devem garantir a comunicação de informações financeiras específicas de forma aberta, precisa e otimista a todas as partes que têm direito a elas, seja o público em geral, os órgãos reguladores ou os investidores, ao mesmo tempo em que protegem as informações proprietárias e os segredos da empresa.

8. Conheça os prós e contras do negócio

Os CFOs sempre conhecem os números. Eles são mestres em demonstrações financeiras, mas seu trabalho não para por aí. Para ser um líder financeiro eficaz, é preciso conhecer os prós e contras da empresa, incluindo produtos em desenvolvimento, os principais concorrentes, o pipeline de talentos e a posição da empresa no mercado. Os números concretos em um livro-razão representam investimentos em produtos, salários pagos aos funcionários e faturas enviadas aos clientes. Ao conhecer a empresa e suas principais prioridades e riscos, o CFO será mais eficaz na alocação de capital financeiro e na criação de uma estrutura financeira para apoiar as metas de longo prazo, além de fornecer aos líderes de negócios os dados e os insights de que precisam para tomar decisões informadas.

9. Previsão de riscos

O mundo dos negócios é frequentemente impactado por choques econômicos, turbulências políticas, atos de fraude e outros eventos extraordinários (como uma pandemia) que podem atrapalhar até os planos financeiros mais bem elaborados. É por isso que um excelente CFO não apenas tem um conhecimento profundo da situação atual da empresa e de seus mercados, mas também está atento a possíveis ameaças. Os CFOs devem assumir um papel de liderança na análise de todos os dados financeiros e de mercado disponíveis, tanto internos quanto externos, para identificar as mudanças nas condições de mercado e na dinâmica competitiva que poderiam desviar o roteiro financeiro de suas empresas. Para isso, muitos CFOs trabalham em estreita colaboração com o diretor de estratégia e a gerência da empresa para avaliar a dinâmica do mercado e os concorrentes. Eles também trabalham com o CIO e o diretor de segurança da informação para evitar violações e fraudes no sistema.

10. Saiba quando comprar ou criar

O crescimento é uma prioridade máxima para a maioria das empresas. E quando procuram introduzir ou expandir as linhas de produtos ou ingressar em novos mercados, muitas vezes se perguntam: comprar ou criar? É claro que muitos fatores e capacidades não financeiras pesam muito na decisão de buscar o crescimento orgânico ou inorgânico, como os ativos internos de engenharia, desenvolvimento e manufatura, o modelo de negócios existente, a cultura da empresa e a disponibilidade de candidatos promissores para possíveis aquisições. No entanto, questões de financiamento e posição financeira, como caixa disponível, valor das ações e custos de empréstimos, podem ser decisivas para uma estratégia de crescimento. O CFO deve apresentar os detalhes das vantagens e dos riscos financeiros quanto a adicionar recursos internamente ou por meio de aquisições para a equipe de liderança da empresa. Os modernos sistemas de informação podem ajudar muito a refinar a análise das implicações competitivas, das obrigações de pagamento de dívida e do tempo de colocação no mercado de cada abordagem, bem como das possíveis sinergias de receita e dos desafios de integração de negócios que acompanham as aquisições.

11. Invista em automação e tecnologia

As pessoas da organização financeira costumavam passar grande parte do tempo inserindo e atualizando números manualmente, executando relatórios, enviando faturas e fazendo pagamentos – processos que consumiam muito tempo e eram propensos a erros. As aplicações modernas na nuvem, especialmente aquelas incorporadas com recursos de IA, automatizam grande parte desse tipo de trabalho, permitindo que os membros da equipe financeira realizem análises sofisticadas dos dados da organização, prevejam tendências financeiras e executem outras tarefas de nível superior. Ao reduzir o tempo gasto em funções rotineiras, essas aplicações também podem reduzir os custos do departamento financeiro, aumentando a produtividade e facilitando a integração e o compartilhamento de informações úteis.

12. Concentre-se mais na eficácia que na eficiência

"Eficiência" é a palavra do momento, pois todas as empresas buscam fazer mais com menos. Mas, o aumento da eficiência por si só geralmente proporciona apenas ganhos marginais. Um objetivo melhor para os CFOs é a eficácia, o que implica estabelecer uma base técnica sólida para a lucratividade e o crescimento, em vez de apenas ajustar e simplificar o que já está em vigor.

As melhorias de eficiência geralmente resultam da implementação de tecnologias, fluxos de trabalho e processos que reduzem os custos, mas também aumentam a produtividade. A eficácia, por outro lado, costuma ser o resultado de novas formas de gerenciar as operações financeiras que proporcionam os resultados comerciais desejados de forma mais direta. Por exemplo, a implementação de processos mais eficientes pode implicar a demissão de funcionários para reduzir as despesas com mão de obra e aumentar a lucratividade. Mas um CFO focado na eficácia pode optar por aprimorar as habilidades desses mesmos funcionários, treinando-os para trabalhar de maneiras totalmente novas e realizar tarefas completamente diferentes que impulsionem o crescimento.

13. Cultive uma cultura de confiança interna e externa

As declarações e os relatórios de um gestor financeiro podem inspirar os investidores, motivar os parceiros, estimular a cobertura da mídia e incentivar os clientes a comprar mais produtos. Apenas algumas palavras de um CFO podem transformar os mercados. Com tamanha responsabilidade em relação à empresa e seus acionistas, é fundamental que os CFOs cultivem um ambiente de confiança, começando por suas próprias equipes. Os CFOs devem sempre incentivar a honestidade e a integridade na equipe financeira e em toda a empresa. Todos os funcionários devem se sentir à vontade para se manifestar caso questionem alguma prática ou representação financeira, ou se tiverem preocupações sobre possíveis fraudes ou declarações desonestas. Esse tipo de abertura permite que todas as partes interessadas, sejam elas funcionários, investidores, reguladores ou a imprensa, tenham a confiança de que o gestor financeiro da organização está transmitindo informações precisas e abrangentes. Além disso, ajuda a garantir que o CEO, o conselho de administração e todos os líderes de unidades de negócios tenham total confiança na veracidade do quadro financeiro apresentado pelo CFO ao tomarem decisões críticas de planejamento, orçamento e modelagem de cenários que orientam o desenvolvimento dos negócios.

14. Melhore os lucros e o fluxo de caixa

Os CFOs são julgados, em grande parte, por sua capacidade de gerar retorno sobre o patrimônio líquido, o que geralmente se resume a aumentar o fluxo de caixa e os lucros. O gestor financeiro pode melhorar ambos ao controlar os custos, reduzindo os riscos para garantir a estabilidade financeira, otimizando as estruturas de dívida e patrimônio e gerenciando com eficácia o ciclo de conversão de caixa, bem como o capital de giro da empresa.

Mas o fluxo de caixa e os lucros não são a mesma coisa, e os CFOs geralmente precisam encontrar um equilíbrio entre eles. O fluxo de caixa afeta a capacidade imediata da empresa de comprar estoque, gerenciar a folha de pagamento, pagar as dívidas e manter as atividades. Problemas de liquidez geralmente surgem enquanto se aguarda o processamento das faturas e a compensação das transações. Os CFOs também precisam entender que os investimentos estratégicos, sejam eles em infraestrutura de TI local, dispositivos de IoT, integração de sistemas baseados em nuvem ou ativos não técnicos, como imóveis ou pessoal adicional, podem exigir estruturas de capital diferentes, envolvendo mais dívidas e despesas operacionais que podem causar reduções de curto e longo prazo na lucratividade e no fluxo de caixa. No entanto, isso não significa que eles devam ser evitados se forem essenciais para estimular o crescimento.