Compreendendo a Evolução do Business Intelligence
Por Carina Mendes ,
Postado em Abril 2016
Um novo público de BI:
O BI nos dá o controle do que acontece em nosso mercado, ele é a nossa estrutura base, a informação necessária para a tomada de decisões e ações, entretanto toda essa diversidade tecnológica e principalmente a facilidade de acesso a ela, tem nos levado à uma revolução da informação e isso afeta diretamente e de forma considerável o nosso público de BI.
Geralmente o usuário final do BI era aquele diretor, gestor ou analista de negócios que consumia a informação através de relatórios pontuais na sua tela do desktop, no seu e-mail, em um PowerPoint ou até mesmo impresso.
Mas este perfil também evoluiu, nossos consumidores hoje estão acostumados com a praticidade de acessar qualquer site do celular, da TV, do notebook, do tablet ou do seu computador local, de qualquer interface que seja e não perder nenhuma funcionalidade por isso, estão adaptados com aplicativos dinâmicos, de automação, conseguem controlar sua TV, o ar condicionado, luzes da casa com simples toques no celular. Qualquer informação sobre o sobre trânsito, sobre seu banco, acessíveis full time e real time.
Este novo perfil está presente na maioria de todos nós, isso acarreta um rápido giro de informações, aquele relatório que foi impresso às 10h da manhã talvez precise de um layout diferente às 4h da tarde, talvez em uma reunião você precise demonstrar seus indicadores atualizados mas terá que editar seu PowerPoint e alterar uma informação toda vez que ela se atualizar? E para conseguir atualizar aquela informação? Você precisa ir até a sua empresa e se conectar na rede local, para consegui acessar seus dashboards, exportá-los e só então chegar no resultado final?
Essa necessidade gera até uma certa frustração dos nossos usuários em relação em as ferramentas de BI tradicionais, pois dá a sensação de que elas são engessadas, ultrapassadas mas isso não é verdade.
E eu estou aqui para quebrar esse paradigma, por que como consultora de BI é minha responsabilidade, não apenas trazer as novas soluções de mercado, mas também direcionar a forma correta de aplicar cada uma dessas tecnologias. Por que uma coisa é o conceito, outra coisa é a ferramenta que será utilizada para aplicar aquele conceito. Por exemplo: sabemos que para pregar um prego é preciso de um martelo, se eu for bater com um alicate, até funciona, mas vai levar mais tempo, esforço e o resultado final não será de qualidade.
Na análise de dados temos aí novos conceitos como Big-Data, Data Discovery, Self-Service Provisoning, plataformas Cloud, data insights, ferramentas de BI que prometem projetos em um mês, um universo de alternativas.
Mas é preciso tomar muito cuidado, porque vivemos em um mercado capitalista, estamos em crise econômica e nos deparamos com temos dois fatores:
Empresas querem evitar prejuízos e pessoas precisam vender produtos. Ambos fatores juntos parecem ruins, mas quero trazer a perspectiva de que pode ser muito bom, desde que ambos sejam assertivos.
Tudo isso se torna um grande desafio, mas através das suítes Oracle consigo mostrar-lhes que a solução é possível.
Identificando às carências na informação:
Primeiro passo do desafio é você identificar quais são as carências de informação do seu negócio, onde está o seu gargalo de esforço e tempo.
A tecnologia evolui de acordo com as possíveis demandas e necessidades de quem a consome, baseado neste princípio, consegui identificar e catalogar quatro tipos de carência nas demandas de BI de nossos consumidores:
Tipo de dados: O modelo tradicional contempla os dados armazenados no nosso sistema, no nosso banco de dados com dados estruturados, indexados, cada um com a sua chave e totalmente normalizados, onde poderíamos extrair nossos relatórios, ou uma planilha de Excel e realizar nossos trabalhos manuais de análises. Mas agora temos também os dados semi-estruturados, eles se originam daquela sua outra planilha de Excel que você gerou pra seu controle interno, ou uma planilha nova que você gerou dos preços do seu concorrente, ou uma outra planilha de variação de IGPM e você precisa comparar todas essas informações com seu sistema de preços atual. E além dos estruturados e dos semiestruturados temos os dados não-estruturados, que são provenientes de e-mails, posts de mídias sociais, contratos em PDF, banco de imagens, banco de currículos em Word e que contém informações relevantes para seu segmento de negócio.
Tipo de apresentação da informação: Necessidade de acesso full time, sem estar conectado em uma rede ou servidor específico limitando o acesso da informação somente de dentro da organização. Atualização da informação em tempo real e compatibilidade nativa com os dispositivos móveis e todos os sistemas operacionais.
Interação dinâmica com os dados: Preciso alterar o layout de um relatório, preciso mudar uma coluna de lugar, preciso colocar uma coluna nova, esse meu gráfico de barras precisa ser complementado com uma tabela do lado, o gráfico de pizza precisa ser filtrado por mês, preciso de um gráfico com um mapa para fazer uma análise geográfica, preciso fazer um gráfico com informações da minha planilha e do meu sistema, mas não dá tempo de fazer outro relatório do zero. Nos deparamos então com duas necessidades de interação, a de self-service data e a de ad-hoc, uma é você mesmo realizar o update de dados na sua base a outra é a de criar ou complementar seus relatórios e gráficos, ambos de forma dinâmica e independente.
Infraestrutura dos dados: E por último é tecnologia que você utiliza para alcançar suas necessidades de informação, hardwares, equipe técnica, tipos de carga de dados, se você sempre trabalha com dados históricos o ideal é que você tenha algumas análises já pré construída, relatórios pontuais, pois é muito importante que o BI faça parte da rotina da sua empresa. Mas hoje em dia existe também o conceito de insights que são voltadas para análises rápidas e paralelas.
O conceito certo para cada necessidade: Muitos já devem ter ouvido falar do conceito Data Discovery, ele é um novo conceito de análise de dados, utilizando métodos de pesquisa avançadas, voltadas para uma usabilidade de navegação pelos dados, permitindo navegação analítica de dados estruturados, semiestruturados e não estruturados.
Ele nos ajuda a mapear relacionamentos indefinidos e desconhecidos.
Fazendo uma analogia, entre esses dois métodos de análise (BI e Data Discovery), enquanto ferramentas de BI auxiliam nas respostas de perguntas para uma determinada área de assunto, no Data Discovery as ferramentas auxiliam a elaborar perguntas relevantes ao assunto de interesse para organização.
Enquanto no BI, temos etapas para criação de métricas, relatórios e painéis, no Data Discovery o método resume -se na exploração dos dados.
Apesar das diferenças, tanto o processo de Data Discovery quanto o de Business Intelligence, cada um com sua função e particularidades, podem ser considerados legados para apoio à tomada de decisão nas empresas.
Processos de implementação para cada um dos conceitos:
Nos processos que conhecemos de BI, em uma forma bem resumida, podemos dizer que as etapas estão contidas em um processo com fluxo de início ao fim:
- Realizar o levantamento de requisitos,
- Elaborar o modelo de dados,
- Realizar integração e tratamento de dados, um processo conhecido como ETL: Extração, Transformação e Carga,
- Modelar o repositório de metadados, que é chamado de RPD,
- Desenvolver os relatórios,
- Por fim realizar a construção dos painéis de apresentação,
Já nos os processos do Data Discovery, o fluxo é contínuo, onde temos:
- Seleção e coleta de dados;
- Exploração dos dados capturados;
- Reconhecimento dos padrões e agrupamentos;
- Refinar hipóteses;
- Criar novas perguntas;
- Definir a pergunta certa a ser respondida e retornar a uma nova coleta de dados.
Um potencial do Data Discovery é que a informação pode amadurecer a cada ciclo do processo, expandindo o conhecimento adquirido.
Agora que vocês já conhecem as novas carências do mercado, os conceitos e processos necessários para atender a evolução dessas necessidades, irei falar sobre quais as tecnologias que a Oracle possui para implementar as devidas soluções.
As tecnologias disponíveis:
Vamos falar do OBIEE On-Premisse que é o tradicional, o BICS que é o serviço de BI na Nuvem e o Oracle Big-Data que é a ferramenta de Data Discovery.
OBIEE: Nesse caso, todas as instalações da solução ficam fisicamente nos servidores locais. Geralmente temos um servidor de aplicação onde fica o middleware e um outro servidor de banco de dados onde fica o seu DW. Dois componentes importantes do OBIEE é o RPD e o Catálogo onde o RPD é responsável por armazenar os metadados que aplicam às regras de negócios do seu Data Warehouse. E o catálogo é onde estão armazenados os relatórios, gráficos, análises e etc. Os serviços de Middleware e segurança, são administrados pelo Weblogic que possui duas interfaces gráficas, o Enterprise Manager e o Console. E por último os relatórios finais são acessados via navegador (browser), acessando a interface gráfica do OBIEE conhecida como Analytics.
BICS: O BI na nuvem, muda um pouco, somente a stage e o cliente de agendamento de cargas ficam armazenados no servidor local da empresa.
O banco de dados DW, os metadados, as camadas de segurança e todos os relatórios, ficam armazenados no data center da Oracle e todos esses componentes são acessados via navegador.
BDD: O Big Data Discovery também pode ser uma plataforma on-premise, ou seja, onde todos os componentes são instalados no servidor local da empresa ou em nuvem. Entretanto, sua engenharia é voltada para o conceito de Data Discovery, através da coleta de dados não estruturados e semi-estrturutadosde fontes como facebook, twitter, site de notícias, e-mails etc.
Matriz de solução ideal: Para concluir eu preparei uma matriz de solução ideal e desta forma transformar todos esses conhecimentos em uma solução aplicável, lembrando que essa matriz é apenas uma base, mas pode variar de acordo com seu negócio ou infraestrutura:
- Como podem ver, logo acima temos os dois conceitos: Business Intelligence e Data Discovery.
- Abaixo dos conceitos temos ferramentas que aplicam cada um desses dois conceitos: OBIEE, BICS e o BDD.
- Na primeira coluna na vertical temos as necessidades de análise da informação que vemos no início deste artigo: Tipo de dados, Apresentação dos Dados, Interação e Infraestrutura.
- As caixinhas que estão em azul com um “OK” demonstra o conceito e a ferramenta que melhor atendem a cada uma das necessidades.
Dados estruturados, questões de negócios bem definidas são atendidas pelo por ambas as tecnologias. Entretanto eu recomendo o conceito de BI e por isso as ferramentas OBIEE ou BICS. Entretanto o Data Discovery tem um processo de estruturação de dados, portanto dependendo do seu processo de análise também pode ser utilizado para o mesmo.
Semi-estruturados, incorporar planilhas, arquivos TXT para meu modelo de negócios. Todas as ferramentas Oracle que demonstrei aqui já possuem essa funcionalidade.
Não-Estruturados, capturar e analisar arquivos de texto como e-mails, posts de mídias sociais e etc. O Oracle Big Data Discovery é a ferramenta ideal para isso.
Acesso Ful-Time, a plataforma que atende essa demanda nativamente é o Oracle BICS, você pode acessá-lo via navegador de qualquer lugar há qualquer hora, os data-centers da Oracle possuem alta disponibilidade 24 x7. Mas claro, que se sua empresa tiver um link com um DNS externo no seu servidor interno, você também acessa suas outras aplicações (Obiee) entretanto o mais indicada pra isso hoje é o BICS.
Acesso Mobile, o OBIEE e possui um componente a mais que permite a publicação de seus relatórios em aplicativos mobile, o BICS é voltado para acesso mobile diretamente do navegador, já o BDD são voltados para a análise de grandes massas de dados, acessíveis via navegador, mas ainda não é voltado para o uso mobile.
Compatibilidade, Ambas as plataformas são disponíveis para servidores Windows, Linux, CentoOs e etc. As interfaces podem ser apresentadas em Android, iOs, Widnows Phone, sem precisar de nenhuma configuração específica, pois a camada de apresentação dessas aplicações já está em HTML5, e por isso são responsivos, ou seja, se adaptam a tela do dispositivo mobile automaticamente.
Self-Service, possibilidade de o usuário subir seus próprios dados no banco e enriquecer seu modelo de negócios já é uma função nativa de todas essas ferramentas.
Ad-Hoc, criar suas próprias analises de forma independente também já está presente em todas.
Analisar e manter Dados Históricos, a arquitetura mais robusta para isso é o OBIEE no modo on-premisse. Não é recomendado armazenar todos os dados de sua empresa em nuvem, porque dificilmente, para análises rápidas você precisará comparar um histórico de mais de 2 anos.
Insigths, as soluções indicadas são o BICS, por sua capacidade de upload rápido e de criar análises mais rápidas e o BDD pela sua dinâmica de Data Discovery. Conseguimos perceber que as ferramentas que a Oracle disponibiliza atendem a cada uma das necessidades e desafios que encontramos em nosso mercado, através de conceitos bem sólidos, metodologias amadurecidas e uma engenharia bastante precisa. Espero que eu tenha ajudado a todos com essa visão de evolução do BI e deixo pra vocês a seguinte mensagem: Sim! Nossa tecnologia está preparada para acompanhar essa evolução.
Carina Mendes - Business Intelligence Consultant. Formação Acadêmica em Gestão Financeira e Estatística, Atuação técnica no desenvolvimento de projetos em Oracle BIEE 10g/11g e Oracle Endeca Information Discovery 3.1. Linguagens e ferramentas: Oracle SQL, ODI, AdminTool, Shell, Html e CSS.
Este artigo foi revisto pela equipe de produtos Oracle e está em conformidade com as normas e práticas para o uso de produtos Oracle.